Por que Estou Sempre Tentando Consertar Ele?

Você já se pegou pensando “Por que estou sempre tentando consertar ele?”, como se seu parceiro fosse um quebra-cabeça incompleto, faltando peças que você se sente na obrigação de achar? Muitas mulheres passam por essa experiência, especialmente quando acreditam que podem "ajudar" seus parceiros a serem melhores. Mas será que isso é realmente saudável?

O impulso de “salvar” ou “consertar”

Muitas vezes, o desejo de mudar ou melhorar o parceiro vem de um lugar de carinho e cuidado. Você vê o potencial nele, enxerga o que ele poderia ser se apenas ajustasse algumas coisas – fosse mais atencioso, mais responsável, mais motivado. E, na sua cabeça, se ele mudasse esses detalhes, o relacionamento seria perfeito, certo?

Esse comportamento de querer consertar o outro pode ter raízes mais profundas. Às vezes, crescemos acreditando que o amor é algo que se prova por meio de sacrifício e esforço. Em outras situações, pode ser um reflexo da nossa própria insegurança – se ele mudar, eu serei feliz, serei suficiente. Isso também pode vir de uma carência de controle em outras áreas da vida, levando você a acreditar que, ao moldá-lo, estará garantindo sua própria felicidade.

Quando consertar vira um problema

No entanto, esse desejo constante de consertar o parceiro pode trazer problemas tanto para você quanto para o relacionamento. Ao tentar moldar alguém, você envia a mensagem de que ele não é bom o suficiente como está. Isso pode gerar ressentimento, frustração e até mesmo afastá-lo emocionalmente.

Além disso, quando você foca excessivamente nos "defeitos" dele, pode estar deixando de lado seus próprios desejos e necessidades. Ao se concentrar tanto em mudá-lo, você perde de vista o que realmente precisa para ser feliz. 

Como isso afeta sua autoestima?

Essa dinâmica de "salvadora" pode minar a sua autoestima. No começo, você pode se sentir poderosa, acreditando que tem o poder de transformar alguém. Mas, com o tempo, perceber que ele não muda (ou não muda como você esperava) pode gerar frustração e a sensação de fracasso. Você pode começar a questionar se o problema é com você – se você não é boa o suficiente para fazer ele "melhorar".

Esse ciclo vicioso prejudica sua própria confiança e autoimagem. Ao se culpar por não conseguir "salvar" alguém, você acaba ignorando sua própria importância e valor no relacionamento.

Por que é perigoso continuar assim?

Além de afetar sua autoestima, essa tentativa constante de consertar pode criar uma dependência emocional. Você começa a acreditar que sua felicidade depende da mudança do outro. Isso coloca sua felicidade nas mãos de alguém, ao invés de você assumir o controle da sua própria vida.

Quando você tenta salvar o parceiro, o foco sai de você e vai todo para ele. Suas necessidades, sonhos e desejos ficam em segundo plano, e você vive em função de alguém. Isso pode resultar em um relacionamento desequilibrado, onde você se dá demais e recebe de menos.

Como quebrar esse ciclo?

1. Reconheça que ele não é um projeto: Ele é um ser humano completo com qualidades e defeitos, assim como você. Ele não é uma tarefa que você precisa completar.

2. Reflita sobre suas próprias necessidades: Ao invés de focar em como ele precisa mudar, pergunte-se o que você precisa. O que falta no relacionamento para te fazer feliz? Será que é algo que ele realmente pode oferecer?

3. Pratique o amor-próprio: Invista tempo e energia em si mesma. Quando você se valoriza, é menos provável que tolere um relacionamento onde precisa estar constantemente se sacrificando ou tentando "consertar" o outro.

4. Converse de forma aberta: Se houver comportamentos que realmente te incomodam, tenha uma conversa honesta. Mas lembre-se de que ele só mudará se quiser, não porque você quer.

5. Aceite os limites dele – e os seus: Entender que nem tudo pode ser mudado é libertador. Algumas pessoas simplesmente são quem são, e cabe a você decidir se pode viver com isso ou se é hora de seguir em frente.

Finalizando

Tentar consertar ou salvar o parceiro é uma armadilha que pode prejudicar tanto sua autoestima quanto o relacionamento. Ao invés de colocar sua felicidade nas mãos do outro, é importante refletir sobre suas próprias necessidades e praticar o amor-próprio. Um relacionamento saudável é aquele em que ambos crescem juntos, mas cada um é responsável pela própria evolução.